Nos jogos olímpicos de Tóquio, uma ginasta de 24, decidiu romper o silêncio e dizer o que muitos não conseguem: “Eu não estou bem emocionalmente. ” A hombridade necessária para que Simone Billes abdicasse de provas as quais treinou tanto são dignas de medalha. Após ganhar quatro ouros nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, os holofotes ficaram ainda maiores e isso comprometeu um dos mais importantes fatores: a saúde mental.
Entre os estudantes, que se dedicam arduamente para disputar pódios dos vestibulares, o cotidiano é análogo: rotina estressante, abdicação de lazeres, intensificação da preparação às vésperas das provas e a tentativa de conciliar tudo isso com a pressão familiar, social e interna.
Diferente dos jogos olímpicos (quadrienais), os vestibulares são semestrais e outros, como o ENEM, anuais. Há alunos que não são aprovados por míseros pontos e precisam retornar aos cursinhos preparatórios, engolir seco e voltar à rotina que não esperavam. Isso também é motivo de honra, não desistir, insistir, persistir. Cada um sabe o tamanho do sonho, onde dói. Atrás de uma medalha e de uma classificação no vestibular há garra, paixão, determinação, elementos louváveis.
Da mesma forma que muitos seres humanos não possuem habilidades suficientes para superar os desafios do corpo nos jogos olímpicos, muitos não conseguiriam manter uma rotina de um estudante contemporâneo – ainda mais durante a pandemia da COVID19 - sem passar pelo estresse, pela irritabilidade e pela impaciência. A Simone Billes pôde mostrar ao mundo que também é humana, que chora e que passa por problemas. Os vestibulandos, também. Quem sabe daqui para frente possamos acolher aqueles que precisam, encorajar os que estão desanimados e torcer pelos melhores resultados.
Prof. Tony Gomes
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